SENDAS GERAIS
Ipueira,
a um dia distante do mar,
seus riachos só enchem no inverno
e depois seca vem visitar.
Me criei nessas ruas descalças,
eu descalço à procura do mar.
Menino pobre andando nas ruas
com carrinho ou cavalo de pau.
O meu sonho era um dia crescer
e sair mundo à fora — cigano! —
retirante e amante da paz.
Ipueira,
se não pude ser um vaqueiro,
nem tropeiro igualzinho ao vô Chico,
hoje sou cantador de outras terras,
violeiro das sendas gerais.
E quando um dia a saudade apertar,
e de tanta dor não puder nem cantar.
Assossegue que eu estou voltando,
para os meus que deixei a chorar.
Estou voltando, me espere, eu te amo,
seu moleque andarilho voltou.
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